Falha grave fez nível do rio disparar durante temporais, atingiu setor produtivo em cidades vizinhas, assustou moradores e colocou milhares de vidas em risco. Já vereadores, prefeitos e deputados estaduais – que dizem representar a região – tentam se esquivar de responsabilidade enquanto jogam a culpa uns nos outros. Adivinha quem pagou pelo preço da lambança e da incompetência…
Perplexas e até em pânico, milhares de pessoas sofreram com verdadeiros ‘shows’ de amadorismo da Defesa Civil de Santa Catarina e de descaso de autoridades políticas que, graças à incompetência, agravaram as consequências das fortes chuvas e colocaram vidas em risco durante a mais recente cheia que atingiu o Alto Vale do Itajaí (SC).
A lambança perigosa ocorreu por causa da falta de ações que já deveriam ter garantido, antes do período propenso a temporais, a manutenção de duas comportas da Barragem Sul, em Ituporanga.
Por conta do descaso, o governo do estado, através da Defesa Civil, decidiu algo fundamental com extremo atraso: o fechamento das cinco saídas de água da represa, um erro potencialmente fatal.
O barramento das águas deveria ter sido feito, no mínimo, na terça-feira (3), um dia antes de a manobra ser autorizada.
No entanto, o fechamento total da barragem foi “consenso” entre os burocratas – sentados em seus confortáveis escritórios oficiais custeados pelo povo – apenas no final da manhã de quarta-feira (04), conforme anunciou a imprensa regional.
Incompetência e descontrole
O erro grotesco entrará para a história como uma amostra do que nunca deveria ter ocorrido.
Sem a contenção a tempo, o grande volume de água vindo da região da cebola fez o nível do rio disparar em cidades como Rio do Sul.
Milhares de pessoas foram obrigadas a remover seus pertences às pressas e correr sem chance de planejamento das suas casas inundadas para abrigos.
O desmando atingiu parte do comércio e levou caos ao trânsito, revelando até as fragilidades da Guarda Municipal.

O impacto da enchente foi aumentado também sobre as forças de emergência como, por exemplo, os bombeiros, que acabaram sendo muito mais exigidos.
Em suma, o amadorismo pode ser definido em palavras como riscos, prejuízos, custos… Todos foram AUMENTADOS na tentativa de contornar a situação agravada pelas próprias autoridades.
Se houver mortes, dessa vez, culpados poderão ser apontados.
Maio de 2022: a enchente da vergonha
A cheia de maio de 2022 afunda a moral dos políticos que dizem trabalhar em benefício do Alto Vale.
Onde o prefeito de Ituporanga (SC), Gervásio Maciel (PP), e os 11 vereadores da Câmara Municipal estão com a cabeça? Como não garantiram a conclusão das obras nas comportas usando sua pressão política junto ao governo catarinense?
O que faziam, quando havia dias ensolarados, os deputados estaduais Jerry Comper (MDB), Maurício José Eskudlark (PL) e Milton Hobus (PSD) – campeões de consumo de diárias na Assembleia Legislativa (Alesc) – que juram trabalhar pela região?
Como pode a Defesa Civil de Santa Catarina deixar para resolver um problema numa barragem durante o período de intensificação das chuvas? E por que não fechou as comportas logo? Primeiro não podia, depois podia? Como assim?

Agora, a incompetência já virou rixa. Cada um querendo se livrar de responsabilidades. Um dos reclamantes é o prefeito de Rio do Sul, José Thomé (PSD), que acaba de inaugurar uma ponte para a população pagar pelos próximos 20 anos.
Resta ao eleitor marcar o nome de todos que representaram grave ameaça pública nessa ENCHENTE FACILITADA pelo DESCASO e pela INCOMPETÊNCIA. E, na primeira oportunidade, fechar-lhes as (com)portas nas urnas.

Você faz ideia?
A propósito, na sua cidade há ações ordenadas sendo feitas pela Defesa Civil durante o ano?
Você conhece quem é o responsável pelo órgão? Quem ocupa a função tem conhecimento para lhe representar? Orienta a população em caso de cheias, ou mais confunde do que ajuda ao anunciar, por exemplo, novas cotas atrapalhadas de inundação a todo momento?
É profissional, ou é alguém colocado no cargo por ser do partido do Prefeito(a)?

(Fotos: Divulgação)