Dono de um dos mais altos salários pagos pelos contribuintes a prefeitos no Brasil, o chefe do Poder Executivo de Rio do Sul (SC), José Eduardo Rothbarth Thomé (PSD), deverá acumular uma fortuna aproximada de R$ 2,5 milhões ao longo de oito anos à frente do cargo. A projeção é a soma de todos os vencimentos que a prefeitura pagará ao político até dezembro de 2024. A data marca, oficialmente, o final do seu segundo mandato.
O salário bruto do gestor atingiu a cifra astronômica de R$ 53.710,26, com o pagamento da segunda parcela do 13º, em dezembro de 2020.
Para se ter uma ideia, esse valor superou até mesmo o salário bruto usual de R$ 45 mil de Jair Bolsonaro (R$ 33 mil como presidente da República e R$ 15 mil de aposentadoria do Exército), conforme relatado em reportagem divulgada em junho passado pelo portal de notícias Metrópoles.
O fenômeno deverá se repetir quando for publicada a última folha de pagamento de 2021 no Portal da Transparência. Este contracheque de final de ano deverá trazer o supersalário de José Thomé, outra vez, ainda mais gordo.
Quatro anos em apenas 30 dias
Comparado com o salário mínimo brasileiro – atualmente em R$ 1.100 -, o montante de R$ 53 mil equivale a um valor próximo a 49 mínimos.
Ou seja: um trabalhador assalariado precisa trabalhar cerca de quatro anos para juntar todo o dinheiro que apareceu no contracheque de Thomé em um único mês.
Em julho passado, quando recebeu a primeira parcela do décimo, Thomé teve vencimento bruto de R$ 42.151,80. Já o salário líquido garantiu embolso de 36.328,32 ao prefeito naquele mês.
Cabe ressaltar que é tudo legal, devidamente aprovado pela Câmara de Vereadores.

Prefeito milionário: Oito anos de vacas gordíssimas
José Thomé tem subsídio de R$ 26.855,13, de acordo com Portal da Transparência.
Os dados revelam que o valor está garantido desde janeiro de 2017.
Naquele ano, o gestor assumiu o cargo de prefeito de Rio do Sul pela primeira vez.
Com diárias e outras indenizações, em alguns meses normais deste último ano (mesmo sem a incidência do 13º), o vencimento bruto do prefeito chegou a quase R$ 30 mil como, por exemplo, em setembro; além do mês de maio, quando o líquido acabou rendendo R$ 23.313,82.
De empresário com dificuldades financeiras antes de assumir o cargo, segundo opositores, Thomé já tinha ficado milionário com seu alto salário nos quatro anos anteriores da sua primeira gestão do município.
Até concluir o segundo mandato, um total de oito anos no poder, ele terá a oportunidade de duplicar seus rendimentos como prefeito.

Thomé: Mais bem pago que prefeitos de capitais
A prefeitura de Rio do Sul, no interior de Santa Catarina, a 200 km de Florianópolis, desponta no cenário nacional como uma instituição extremamente ‘generosa’.
Com sua população estimada em quase 73 mil habitantes (IBGE/2021), a cidade paga ao seu prefeito um salário maior que o de muitas capitais brasileiras.
Nelas, de acordo com um levantamento revelado no início de 2021 pelo portal G1, os salários dos prefeitos variam de R$ 17,6 mil a R$ 31 mil.
A propósito: nem mesmo a crise econômica decorrente da declaração mundial de pandemia de Covid-19 foi capaz de fazer o prefeito José Thomé renunciar à parte da sua renda mensal e reduzir seu vencimento.

O que diz José Thomé sobre o supersalário
Na segunda-feira (13), o portal Alto Vale Agora perguntou à assessoria de imprensa do prefeito José Thomé: “Como o sr. recebe as críticas ao valor do seu salário, que está entre os mais altos do Brasil, incluindo os vencimentos pagos a prefeitos de capitais?”
A nossa reportagem aguardou uma reposta até esta quarta-feira (15), porém, nenhum jornalista da prefeitura respondeu.
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Na sua opinião, o salário do prefeito de Rio do Sul, José Thomé, é justo?
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Fonte: Redação