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SEM PRESTÍGIO? Prefeito Alexandre só consegue 25% de recursos para ampliação do hospital de Taió enquanto Ibirama ganhou R$ 60 milhões de uma só vez

Gestor público taioense terá que se empenhar bem mais para garantir a liberação de outros R$ 6 milhões necessários à construção do anexo do Hospital e Maternidade Dona Lisette e cumprir promessa de instalação de uma UTI no quinto andar do futuro bloco.

Por Redação

8 de abril de 2022

às 14:05

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 Evidenciando a falta de respaldo político, o prefeito de Taió (SC), Horst Alexandre Purnhagem (MDB), teve que engolir em seco o Hospital Dr. Waldomiro Colautti de Ibirama receber, de uma só vez, R$ 60 milhões para o projeto de reforma e ampliação. O pacote de “investimento histórico na saúde” foi anunciado na semana passada pelo governo catarinense e distribuiu R$ 585,4 milhões para 19 municípios, deixando Taió fora da lista. 

Pacote estadual de quase R$ 600 milhões não incluiu município administrado pelo prefeito Horst Alexandre Purnhagen, do MDB. (Foto: Júlio Cavalheiro/Secom)

 Por conta da aparente falta de prestígio do gestor no cenário estadual, que fez a balança pender forte para o lado dos ibiramenses, Purnhagen precisa se contentar com outro convênio anterior que garantiu apenas 25% dos recursos necessários à construção do “anexo hospitalar” do Hospital e Maternidade Dona Lisette.

 De acordo com a direção da unidade de saúde, a primeira fase da obra assegurou R$ 2 milhões. No entanto, a execução total do projeto de cinco pavimentos permanece “aguardando liberação de mais R$ 6 milhões”, ou seja, os outros 75%.

 A disparidade entre os números de Ibirama e Taió fala por si só. O fato revela que se a administração pública municipal taioense realmente tivesse representatividade junto ao governo do estado já poderia ter conquistado aceno de verba até mesmo superior a R$ 8 milhões.

 Afinal, para reativar sua pretendida Unidade de Terapia Intensiva o município acabará necessitando ainda muito mais recursos financeiros.

Taió: R$ 2 milhões. Ibirama: R$ 60 milhões. (Fotomontagem: Alto Vale Agora)

 Prefeito desmentido

 Há dois meses, quando o Dona Lisette sofreu o fechamento da UTI – que era ‘Covid’, mas foi apresentada ao público, para ganhos políticos, como sendo uma Unidade de Terapia Intensiva ‘normal’ -, Horst Alexandre Purnhagem buscou “confortar” os taioenses. O político disse para um TV online que o investimento de R$ 1,4 milhão estava bem guardado em Taió. VEJA!

 As informações apuradas pelo portal Alto Vale Agora contestam a versão do prefeito.

 Procurada pela nossa reportagem, a assessoria de imprensa da Redeh Beneficência Cristã, que administra a instituição, informou que aguarda a retirada de alguns respiradores e do aparelho de hemodiálise. Os equipamentos são considerados fundamentais para o funcionamento de uma UTI.

 Já os demais itens, incluindo bombas de infusão e camas, estão ou entrarão em uso na própria unidade. Ou seja, também ficam sujeitos a sofrer desgaste natural e, futuramente, podem exigir substituição.

 A UTI, que funcionou apenas cinco meses antes de ser fechada no final de janeiro deste ano, ainda tem “em aberto valores dos serviços médicos da cooperativa” que prestou o trabalho.

 Também há pendências de custeio por parte do governo que, anteriormente, foram estimadas na ordem de R$ 2 milhões. “Os meses entre outubro e janeiro ainda estão em processamento na SES [Secretaria de Estado da Saúde]”, confirma a administradora da instituição, que acrescenta: “Aguardamos desembolso nos próximos dias”. Porém, “os valores estão sendo recalculados pelo estado com base no número de leitos ofertados”.

Hospital de Taió ainda não recebeu valores referentes ao funcionamento da UTI-COVID, fechada após cinco meses. (Foto: Internet)

 Papo de Político x Realidade

 A nova UTI do Hospital e Maternidade Dona Lisette foi projetada para funcionar no quinto andar do “anexo hospitalar”, obra que terá que ser iniciada do zero.

 A expectativa da direção é começar a construção 30 dias após a aprovação dos projetos complementares, o que deve ocorrer, no máximo, dentro de um mês, de acordo com a Redeh. O cronograma da primeira fase dos trabalhos é de 18 meses.

 Em abril do ano passado, o site oficial da prefeitura de Taió já anunciava: “Projeto de ampliação do hospital para a instalação da UTI em Taió está pronto”. Conforme o texto, uma declaração do prefeito Horst Alexandre Purnhagen em suas redes sociais informava que o projeto estava “finalizado”. Já “os recursos também estão garantidos”, escreveu o gestor um ano atrás. Previa-se subsolo e três andares. (Veja o link da publicação do executivo no fim desta reportagem).

Há um ano, prefeitura informou que estava tudo resolvido, mas obra do anexo hospitalar ainda não começou. (Foto: Divulgação/Prefeitura de Taió)

 Não bastassem os R$ 6 milhões que ainda faltam para garantir a conclusão do futuro prédio, há outros grandes obstáculos. A implantação, a autorização e o credenciamento para um centro de tratamento intensivo funcionar é um processo altamente complexo. O objetivo, em geral, demora anos para ser alcançado; até mesmo para quem já conta com influência política.

 A UTI do Hospital Dr. Waldomiro Colautti, por exemplo, levou quase uma década para entrar em operação em Ibirama.

Unidade de Terapia Intensiva do Hospital de Ibirama abriu apenas em 2017, sete anos após a ‘inauguração’. (Foto: Internet)

 Contradições

 Há um ano, o projeto de ampliação do Dona Lisette estava pronto, segundo Purnhagen. No entanto, agora, a direção do hospital revela que ainda há a necessidade de “aprovação dos projetos complementares”.

 Em abril de 2021, o prefeito já festejava que o dinheiro estava “garantido”. Mas nossa equipe acaba de apurar junto à Redeh que ainda falta a liberação da maior parte do dinheiro: R$ 6 milhões.

 Antes, a atual gestão propagandeava: “UTI vindo aí!”. A ala realmente abriu, mas logo acabou fechada. Afinal, tratava-se apenas de uma Unidade de Terapia Intensiva para COVID – e não uma UTI permanente -, fato dissimulado diante do grande público…

Purnhagen (3º à esquerda) abriu UTI de Taió sob forte exploração política, mas unidade logo parou de atender. (Foto: Divulgação)

 Portanto, é provável que, na próxima eleição, os taioenses se deparem com a construção do bloco hospitalar ainda pela metade. Neste caso, ouvirão de políticos da atual gestão possível apelo por novos votos nas urnas para concluir o anexo, ou para implantar uma “UTI geral” na cidade.

 Se isso acontecer, será a mesma ladainha de campanha já feita no pleito passado.

 Vamos apostar?

Foto de Capa: Divulgação/Prefeitura de Taió

Fontes:

I) https://www.taio.sc.gov.br/noticias/ver/2021/04/projeto-de-ampliacao-do-hospital-para-a-instalacao-da-uti-em-taio-esta-pronto

II)

https://www.sc.gov.br/noticias/temas/saude/com-recursos-de-r-585-milhoes-governo-do-estado-anuncia-investimento-historico-na-saude

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