O vereador Márcio Hellmann (MDB) chamou um engenheiro contratado pela prefeitura de Salete (SC) de “vagabundo” durante a sessão ordinária realizada na última segunda-feira (4) na Câmara Municipal. O xingamento ocorreu por conta de um suposto problema na aplicação de recursos de uma emenda parlamentar destinada pelo deputado Jerry Comper (MDB) para pavimentar uma rua na comunidade de Santa Margarida, trecho próximo à capela de mesmo nome e da escola estadual Roberto Heinzen.
Ao lembrar que o dinheiro está disponível desde dezembro, Hellmann disparou: “Mas que tipo de engenheiro é esse que a prefeitura contratou? Se o cara não consegue fazer um simples projeto de calçamento de 150 metros, dá a conta! (…) Manda embora um vagabundo desse!”, atacou.
Dizendo-se “indignado” também com outra obra que recebeu terraplanagem e calçada na Rua Vereador Uclidio Crema, mas que estaria paralisada há mais de um mês esperando o calçamento, o vereador ameaçou convocar por requerimento a prefeita Solange Aparecida Bitencourt Schlichting, a Chica (PL), para dar explicações no legislativo.
Em seu discurso agressivo, Márcio Hellmann frisou que a responsabilidade pela contratação do engenheiro é da gestora: “O funcionário é dela. Chega! Já passou o tempo. Tem que tomar uma atitude!”, pressionou. VEJA!
Cobranças x Enfrentamento
Há mais obras no município que estão sendo questionadas pelos vereadores de oposição em Salete.
Uma delas é a pavimentação asfáltica da Rua Pedro Luckmann. A obra interligará os bairros São José e Vila Nova, iniciando no Centro de Educação Infantil (CEI) Primeiros Passos e seguindo em direção à localidade de Rio Wildy.
Um grande desmoronamento que ocorreu no local onerou os cofres da prefeitura.
Opositores querem saber quantas horas de serviço de máquinas foram reservadas para desbloquear a via.
Além disso, pretendem esclarecer se a responsabilidade pelo caso foi da empresa executora, ou do engenheiro, ou da engenheira contratados pela prefeitura.
Como a prefeita Solange Schlichting tem a maioria na Câmara de Vereadores, a administradora municipal poderia revidar às pressões.
E a carta na manga para enfrentar os seus adversários políticos é justamente a possibilidade de articulação para a abertura de um processo disciplinar que analise se houve quebra de decoro parlamentar; até com a possível cassação do mandato do vereador que chamou o engenheiro de “vagabundo”.
Por outro lado, há uma barreira no caminho para Chica: os vereadores saletenses têm grandes laços de companheirismo nesta legislatura.
Por isso, dificilmente algum deles deverá ter a iniciativa de exercer a função que compete a um bom parlamentar, isto é, apurar o episódio da suposta injúria proferida na Câmara.
Resta saber se o próprio engenheiro vai rebater a acusação, ou tomar providências por ter sido chamado de “vagabundo”.