A quantidade de delegacias de atendimento à mulher e o atendimento especializado às mulheres vítimas de violência ainda deixam muito a desejar no Brasil. E o principal motivo é a falta de recursos, que impede mais capacitação e a realização de novos concursos para contratação de efetivo policial suficiente para atender as mulheres.
Essas foram algumas das conclusões dos participantes de audiência pública realizada, nesta sexta-feira (13), pela Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher da Câmara dos Deputados para debater o funcionamento das delegacias especializadas de atendimento à mulher vítima de violência.
Raquel Gallinati, delegada de São Paulo e diretora da Associação dos Delegados de Polícia do Brasil, apresentou um diagnóstico de algumas das principais dificuldades enfrentadas.
“A falta de investimento do governo nas estruturas de polícia judiciária, que é a porta de entrada do sistema de justiça criminal, ocasiona o desmantelamento do sistema de proteção àquelas mulheres vítimas de violência”, afirma. A delegada explica que a vítima de violência doméstica é diferenciada porque “ela lida com o algoz que é, supostamente, psicologicamente, aquele que ela ama. Muito mais do que física, é uma violência psicológica, e a gente deveria ter, além dos policiais habilitados e capacitados, psicólogos e assistentes sociais contratados pelo estado”, aponta.
Fonte: Agência Câmara de Notícias