Com discursos em defesa da democracia e da unidade do país, parlamentares e historiadores participaram nesta quinta-feira (2) do lançamento do tema de 2021 da série comemorativa da Câmara dos Deputados relativa ao bicentenário da independência do Brasil, que será celebrado em 7 de setembro de 2022.
O tema deste ano é a eleição dos deputados brasileiros às Cortes de Lisboa, que ocorreu em 1821 e representou as primeiras eleições gerais em território brasileiro. Esse fato histórico está sendo lembrado por meio dos lançamentos de um selo dos Correios e de um livro, além de uma exposição.
Várias autoridades acompanharam a cerimônia virtual e presencialmente. Ao destacar a importância do resgate histórico para a compreensão da realidade brasileira, o ex-presidente da Câmara, Aldo Rebelo, criticou o atual contexto de “tensionamento” político em torno do próximo dia da independência.
“O 7 de setembro deveria ser um momento de confraternização de todos os brasileiros, independentemente de suas posições políticas e ideológicas. Mas nós saímos às ruas para o conflito. Então, algum tipo de desorientação grave assola a nossa pátria. E essa Câmara dos Deputados, berço da democracia no Brasil, tem a tarefa de gestos e atos de sentido educativo: celebrar o passado tem a ver com o presente e principalmente com o futuro”, disse Aldo Rebelo.
Ele também criticou recentes ataques a monumentos e imagens de líderes do passado, tanto do esquerdista Carlos Marighela quanto do navegador português Pedro Álvares Cabral ou do bandeirante Borba Gato. Segundo ele, não se deve destruir a história só por estar em conflito com crenças do presente.
Na mesma linha, a deputada Soraya Santos (PL-RJ) lembrou o histórico “poder de articulação” de lideranças nacionais do passado para a garantia de um “Brasil independente, harmônico e promissor”. O deputado Gustavo Fruet (PDT-PR) ressaltou o sentido coletivo dos símbolos nacionais.
“Nesse momento de tensionamentos, crises, radicalizações, extremismos e negacionismos, mais do que nunca, é necessário reafirmarmos os valores que marcaram a história do Brasil e registrar que símbolos, como a bandeira e a data de 7 de setembro, não pertencem a um governo. São símbolos que pertencem à nação brasileira e ao seu povo”, afirmou Gustavo Fruet.
Fonte: Agência Câmara de Notícias