Condenada pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), irregularidade parece contar com proteção e cumplicidade das próprias autoridades de saúde. Também está acontecendo no seu município? Saiba como denunciar.
Proibida por dois pareceres do Conselho Federal de Medicina (CFM), a assinatura de receitas médicas sem a presença de pacientes já pode ter contaminado secretarias municipais de Saúde de vários municípios da região. É o que revelam novas informações obtidas com exclusividade pelo portal Alto Vale Agora.
Uma fonte ouvida pela nossa reportagem informou que flagrou 80 prescrições assinadas por um só médico, todas com a mesma data.
Consultar tantos pacientes, um a um, em apenas um dia, seria humanamente impossível.
Além disso, o especialista dá expediente em uma unidade de saúde pública municipal onde cada profissional atende diariamente apenas 12 pacientes no consultório.
A pedido do informante não vamos publicar nomes, nem a cidade onde estaria ocorrendo a irregularidade apontada.
Os novos indícios da prática da grave infração surgem após a repercussão das reportagens deste portal sobre o escândalo e o caos na rede pública municipal de Taió (SC).
Investigadas pelo vereador Eder Ceola (Podemos), as suspeitas deverão acabar sendo denunciadas ao Ministério Público.
Um clínico geral credenciado pela prefeitura taioense é apontado por supostamente assinar prescrições sem ver pacientes e, por cima, estar sendo pago como se tivesse feito uma consulta normal, ou seja, “R$ 50,00 por pessoa”.
A própria secretária de Saúde, Rozi Terezinha de Souza, admitiu o desvio em plena tribuna da Câmara Municipal.
Durante a sessão ordinária de terça-feira (5), a gestora deixou escapar que “toda receita é um atendimento médico”.
Ao invés de enfrentar o caos na saúde do município garantindo o preenchimento das vagas de médicos que faltam nos postinhos, ela ainda chegou a fazer uma espécie de terrorismo aos pacientes. REPARE!
Grave: assinar receitas sem ver pacientes
A prática de assinar receitas para renovação de compra de medicamentos sem a presença de pacientes no consultório parece contar com a proteção e a cumplicidade das próprias autoridades de saúde pública. O pretexto é sempre o mesmo: agilizar os “atendimentos” e reduzir as filas.
O doente, muitas vezes, pode concordar com a ilegalidade enganando-se que, dessa maneira, facilita a situação para o seu lado.
Porém, a irregularidade pode colocar a sua vida em risco. Afinal, sem a nova consulta fica impossível atualizar o diagnóstico e, se necessário, fazer eventuais ajustes de dosagem e acrescentar ou retirar medicamentos.
A prática pode, inclusive, acabar gerando esquemas de fraude e corrupção envolvendo o comércio de prescrições médicas.
Denuncie!
Para que médicos sejam investigados, o Conselho Regional de Medicina (CRM-SC) precisa ser oficializado formalmente, através de denúncia.
O CRM-SC informa que é bem simples: “qualquer pessoa pode fazer uma denúncia contra um médico, hospital ou instituição prestadora de serviços médicos”.
Ao detectar o problema na sua cidade, basta encaminhar a queixa com o relato do fato, o nome do médico ou da instituição e data e local. A denúncia pode ser feita online, através do site: www.crmsc.org.br/denuncia
A autarquia garante que todos os relatos que recebe são averiguados.
O Código de Processo Ético-Profissional (Resolução CFM nº 2.145/2016 – Art. 1º) resguarda o sigilo processual dos casos, finaliza o CRM.

Fotomontagem de Capa: Alto Vale Agora
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